terça-feira, 28 de outubro de 2014

Nada

De vez em quando eu saio da construção de tijolinhos vermelhos
Que mais parecem barreiras para o mundo lá fora
Onde existem plantas tão bem cuidadas, árvores tão frondosas
Pássaros de todas as espécies
Deixo a presença dos humanos
Deito no chão ou na grama
E me deixo ser picada pelas formigas
Enquanto observo as borboletas brancas e amarelas que me sobrevoam todos os dias
Não adianta chamar, elas sempre estão lá
Belas, metamórficas, passageiras
Mas só de vê-las já me sinto bem, já me sinto mais segura
Do que na presença tão constante e tão vagarosa dos humanos
Digitando, digitando, digitando, digitando, digitando, digitando, digitando...
Parando apenas por segundos para ver, através de uma tela
Fotos de uma planta bem cuidada
Ou de uma árvore frondosa
De pássaros de todas as espécies
Contam os minutos para beber água e comer
E falando sobre tudo que pensam conhecer
Digitando, digitando, digitando, digitando, digitando, digitando, digitando...
E lá fora, a água corre
A comida cai na terra
E as borboletas voando

"Hey babe...take a walk on the wild side"

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