Tenho fotos perdidas pelos cantos do meu quarto que não couberam no meu mural, o que me deixou bem frustrada. Tenho um apego tão forte com essas imagens impressas que chega a ser doentio. Tenho fotos na carteira, na escrivaninha, nos cadernos.
Aquelas em que os sorrisos mais se destacam para o fotógrafo, coloquei quase ao lado da cama. Às vezes entortam, às vezes um vento bate e derruba alguns ímãs, às vezes a poeira cobre os rostos. Às vezes elas amassam e se misturam com os papéis e os documentos, com os calendários, os rascunhos e os gabaritos.
Talvez devesse cuidar melhor delas, mas tenho que abrir e fechar a carteira para comprar as malditas coisas com as quais se leva a vida.
Também preciso apalpá-las por onde quer que eu vá e, ao dormir...bem, melhor não falar mais nada. Das duas uma: ou vocês me mandam fotos novas ou dão as caras por aqui.